sexta-feira, dezembro 23
PLATANOS ABATIDOS
Publico Online
"Moradores do Bairro Azul e a junta de Freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, pretendem impedir o eventual derrube de três plátanos, previsto pelas obras de prolongamento da linha vermelha do Metropolitano.
Os deputados da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovaram ontem uma moção subscrita pelo presidente da junta de freguesia, Nelson Antunes (PSD), que pede à autarquia lisboeta que "não autorize que o Metropolitano de Lisboa possa abater os plátanos", situados no cruzamento da rua Marquês da Fronteira com as avenidas António Augusto de Aguiar e Ressano Garcia.
"A pretensão do Metropolitano de Lisboa é derrubá-los. Estão num local de passagem, de convívio e de encontros", sublinha Nelson Antunes, na proposta.Na opinião do presidente da freguesia, numa altura em que está a decorrer a revisão do Plano Director Municipal, o plano de pormenor da Praça de Espanha e Avenida José Malhoa, o projecto urbano campus de Campolide e a classificação de bem cultural como conjunto de interesse municipal do Bairro Azul, "será de todo inqualificável que qualquer obra possa pôr em causa a frente" deste bairro.O presidente do Metro, Mineiro Aires, esclareceu que ainda não há uma decisão sobre este assunto e explicou que está previsto que passe um túnel sob a zona onde se localizam os plátanos.
*"Ou se abatem ou morrerão",* afirmou o responsável, garantindo que a questão "está a ser analisada internamente e com a Câmara e a junta de freguesia", para tentar encontrar soluções alternativas.
A Comissão de Moradores SOS Bairro Azul está a promover um abaixo-assinado, que já recolheu cerca de 400 assinaturas, contra o derrube dos plátanos.
No documento, os moradores sublinham que as árvores estão "em bom estado fitossanitário e funcionam para o bairro como uma barreira de protecção da intensa poluição atmosférica e sonora".
Caso não seja possível evitar o abate das árvores, a comissão defende que seja previsto um projecto de reflorestação após as obras, "para que aquela zona não fique depois uma terra de ninguém", disse Ana Alves Sousa, do movimento de residentes do Bairro Azul.
Mineiro Aires frisou que a empresa "não é insensível" e procura sempre "as soluções que causem menor impacto ambiental", mas o presidente da empresa considerou que "estas obras implicam sacrifícios".
O responsável sublinhou que a obra se desenvolve ao longo de vários quilómetros, pelo que não é "de crer que não haja impactos ou algumas implicações".
O presidente do Metro adiantou que, caso não haja solução, serão adoptadas "medidas de compensação".
segunda-feira, dezembro 19
Ser peão em Lisboa ...
1 Cruzamento Av. A.A.Aguiar - Rua Marquês de Fronteira.
Existia aí uma passadeira que foi apagada e um sinal que foi retirado. Há anos que vimos pedindo à CML para repintar a passadeira e recolocar o sinal. Junto a uma das maiores superfícies comerciais da Europa e a um bairro com uma população muito envelhecida, as pessoas nunca deixaram de atravessar a rua neste local, agora sem qualquer protecção. Os atropelamentos são frequentes.
Situação denunciada em: http://transitestacionbazul.blogspot.com/
2 Entroncamento Av. A.A.Aguiar - Rua Ramalho Ortigão
Situação extremamente perigosa já que se atravessa a Av. A.A.Aguiar a dois tempos. Os peões, nomeadamente dezenas de crianças que frequentam os infantários da zona e se deslocam com frequência aos jardins da Fundação Gulbenkian, ficam na pequena “ilha” completamente desprotegidos, enquanto os carros circulam em ambos os sentidos a altas velocidades. Esta situação foi também já por diversas vezes referida à CML. Os acidentes nesta local são também frequentes.
Situação denunciada em: http://transitestacionbazul.blogspot.com/
3 Entroncamento Av.A.A.Aguiar – Rua Henrique Alves
Não existe neste local passagem de peões. No entanto, dezenas de pessoas atravessam aqui, porque a entrada para o jardim da Fundação Gulbenkian é mesmo em frente. Pensamos que é também urgente criar aqui um ponto de atravessamento seguro.
Como se tem visto, a inacção da CML tem consequências, por vezes terríveis. É urgente evitar que mais dramas se repitam.
Ana Alves de Sousa
sexta-feira, dezembro 9
Palacio Leitao
segunda-feira, novembro 28
Premio Nobel viveu na Ramalho Ortigao
No âmbito da comemoração dos 60 anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura à poetisa chilena Gabriela Mistral, decorreu a 29 de Novembro, pelas 11.00 horas, no n. 11 da Rua Ramalho Ortigão (Bairro Azul), uma cerimónia em que se descerrou placa evocativa do local onde habitou a escritora sul americana, cônsul do Chile em Lisboa, entre 1935 e 1939. A Comissão de Moradores esteve presente, e convidou representantes da Escola Marquesa de Alorna e do Teatro Aberto.
"La época vivida en Lisboa es, para Gabriela, feliz, tranquila y de gran producción. En suelo lusitano escribe la serie de poemas llamada «Saudade», que aparecerá incluida más tarde en su libro Tala. Dicta conferencias y colabora en las principales publicaciones portuguesas. Estalla la guerra civil española, acontecimiento que la golpea profundamente. Se desplaza a París para formar parte de las reuniones del comité de publicaciones de la Colección Clásicos Iberoamericanos."
"Neste Portugal encontrei paz, tendo um ano de felicidade, nada menos que felicidade", lê-se na placa evocativa descerrada ontem no prédio com o número 11 da Rua Ramalho Ortigão, no Bairro Azul, em Lisboa.
Se voltasse hoje a Lisboa e à sua casa no Bairro Azul, o que sentiria Gabriela Mistral ao ver a sua rua, a Ramalho Ortigão, transformada em auto-estrada?
domingo, novembro 27
sábado, novembro 19
Abaixo Assinado
A Comissão de Moradores promove actualmente um Abaixo Assinado favorável à reabilitação da Rua Ramalho Ortigão, há decadas sacrificada ao atravessamento de transito. Este documento encontra-se disponível para assinar na Mercearia Ideal, nº 17 da R.Ortigão.
Para Assinar pressione aqui
segunda-feira, outubro 17
Ramalho Ortigao
Na década de setenta, a ramalho ortigão sofreu a transformação que agora lhe conhecemos: uma rua de um bairro tradicional, é desventrada, e transformada num atravessamento para os automóveis que entram e saem da cidade. Circula-se a velocidades que resultam em atropelamentos e sustos, as pessoas atravessam a rua amedrontadas, crianças e idosos em risco particular.
Em 2003, com as limitações ao transito no viaduto Duarte Pacheco e no bairro azul (que excluiram a ramalho ortigão), os níveis de poluição aumentaram drásticamente. A rua ficou ainda mais "estrada", os habitantes e o bairro mais ameaçados. Um bairro que, pela sua história e património, devia ser exemplar, preservado de atentados deste género.
Relancemos um olhar, mais atento, para a imagem da RO (pressionando para a aumentar): ausência de árvores, de comércio, peões espartilhados entre parede e automóveis em passeios reduzidos, varridos por uma "auto-estrada" de 4 faixas, para acelerar ....
Observe-se nestas duas fotos, a título de exemplo, uma rua, talvez com as dimensões da RO, num bairro de Amsterdão. Convite a fruir o passeio, viver a rua e o seu comércio, sem excluir o automóvel. Vive-se a cidade. E dá que pensar.
sexta-feira, outubro 7
Atravessar a Av. AAA
Pobres de nós, e em particular as crianças, que frequentemente ali têm que atravessar ... entre automóveis apressados e sem sequer um passeio ...
Filipe de Faria said...
É de facto uma situação que requer intervenção urgente. Ficar no meio de duas faixas com trânsito em alta velocidade no vértice de uma bifurcação e sem qualquer protecção é assustador. E é uma passagem que muitas crianças utilizam porque dá acesso ao Jardim Gulbenkian. Já alertei a Comissão de Moradores do BA que está atenta e pedi intervenção à JF de S. Sebastião que remeteu pedido para a CML. A meu ver são urgentes duas medidas: (1) regular os semáforos de forma a permitir a passagem de uma só vez e (2) instalar meios de protecção (sólidos) na plataforma central.
Filipe de Faria said...Caros Vizinhos,
Esta foto foi tirada esta manhã. Um automóvel que descia a Av. AAA terá embatido no semáforo que ficou tombado e projectou a parte superior. Provavelmente terá ele próprio galgado a plataforma central onde os infelizes peões têm de “estacionar” à espera de poder passar. Não sei se estava lá alguém na altura do acidente. Espero que não...
Acho que a foto é impressionante e merece ser utilizada.
quinta-feira, outubro 6
Abandono
Lembro-me, nos anos 60/70, que havia sempre gente nas ruas: sai-se para tomar café, ver as montras das boutiques ou simplesmente para dar uma volta higiénica pelo Bairro a seguir ao jantar. Depois rasgou-se a Ramalho Ortigão. Os carros invadiram o Bairro. Os assaltos aumentaram. As montras das lojas esconderam-se atrás das grades. O Bairro amedrontou-se. Envelheceu. Hoje, são raros os que se atrevem a passear à noite pelas ruas do nosso Bairro que ficam assim: tristes, desertas e abandonadas. Até quando?
Ana Alves de Sousa
Movimento Moradores Associados de Lisboa
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segunda-feira, outubro 3
Bairro Azul sem residentes ....
Lê-se no Correio da Manhã (online) de 02 de Outubro:
"A candidata do CDS-PP à Câmara Municipal de Lisboa, Maria José Nogueira Pinto, cancelou ontem a acção de campanha prevista para o Bairro Azul, por falta de residentes, transferindo a iniciativa para junto ao rio Tejo, próximo do restaurante Vela Latina, em Belém.
Que pensar desta noticia?
Tiago said... o que a comissão de campanha da Fátima Felgueiras anda a fazer pelo esclarecimento dos eleitores, dando boletins de voto para as pessoas "ensaiarem" o voto no XVII, percebe-se como a Democracia está cada vez mais vazia e desvirtuada de causas.
Outubro 05, 2005 2:01 AM
domingo, outubro 2
sexta-feira, setembro 30
(In)segurança no Bairro
Ler no Expresso online aqui
quinta-feira, setembro 29
Voar baixinho ...
Economistas e afins deveriam tambem aprender a apresentar os custos para a saude, produtividade e bem estar - a probabilidade de um avião cair é mínima, mas todos os dias, mais do que uma vez, imaginamos uma queda e a catástrofe associada. E ver os problemas e contextos não apenas como são, mas como virão a ser.
Entretanto, consolamo-nos a ver os turistas, e os aviões a passar .... voando baixinho.
At Outubro 03, 2005 1:55 PM, Filipe de Faria said…
O nosso Bairro é vítima presente do ruído e potencial vítima de acidente mas, como diz o Anibal, são factores que não entram nas cogitações dos decisores. A propósito disto, não era suposto não haver aviões durante algumas horas durante a noite ? Se existe alguma restrição deste tipo, estará a ser cumprida ?
terça-feira, setembro 27
segunda-feira, setembro 26
Parques Dissuasores
Ler noticia pressionando este titulo
sexta-feira, setembro 16
Candidatos descontrolados
"Ordinário", desabafou Carmona Rodrigues, dirigindo-se ao ex-ministro da Cultura de António Guterres que, entretanto, lhe tinha voltado as costas.
in Publico online, 16/09/05
Surpreendente que um candidato que durante o debate esteve sempre ao ataque, recorrendo a um estilo - já demonstrado em outros debates - agressivo, provocatório e cínico, criticando e desrespeitando de forma pouco elegante o seu adversário político, acabe mostrando-se ofendido e sentido, e vitimizando-se. Como uma criança que ataca e provoca no recreio, mas que ao primeiro desaire corre a fazer queixa à professora.
Desespero perante as dificuldades, tentativa de criar um facto político para dele tirar dividentos eleitorais? A política tem que ser feita com instrumentos tão teatrais e desonestos? Ou Maria Carrilho é mesmo hiper-sensível e irritável?
Perde o debate, perdem os politicos, perde Lisboa
"Muita defesa do indefensável Carrilho se lê nos jornais! Como, se ele é atacado? Simples: há uma linha clássica de defesa quando se comete uma asneira grossa e tão evidente que não vale a pena escondê-la, que é meter tudo no mesmo saco e dizer que todos cometeram asneiras." (PP, Abrupto)
Candidatos na Rede: para comparar estilos:
segunda-feira, setembro 5
Sá Fernandes/ Carrilho
Debate que a imprensa não viu?
sexta-feira, agosto 19
A perspectiva de M.J.Nogueira Pinto
Candidatos na Rede: para comparar estilos:
sábado, julho 30
Palavras certeiras 6 - Progressiva “Boulevardização”
- Pequenos silos de estacionamento de bairro que encorajem o repovoamento dos mesmos
- Progressiva “Boulevardização” (eléctricos, árvores, comércio, esplanadas, residência) das grandes vias rápidas urbanas, à medida que for diminuindo a pressão do automóvel individual
Manuel Graça Dias, Arquitecto in Que faria para melhorar Lisboa?/Público, 29 Julho 2005
quinta-feira, julho 28
Carrilho com a Comissao de Moradores
Carmona em campanha, visitou o Bairro Azul
quarta-feira, julho 27
Palavras certeiras 5- O que faz falta
Tierno da Silva (in Público: O que faria para melhorar Lisboa?/27 Julho 2005)
sexta-feira, julho 22
O meu Bairro foi melhor ..
quinta-feira, julho 21
Palavras certeiras 4 - Estadio de "idiotas"
Fernando Gonçalves, Arquitecto - in E agora Lisboa? Público, 21/07/05
terça-feira, julho 19
Palavras certeiras 3 - As Arvores
Carlos Severo - Arquitecto (in Público: O que faria para melhorar Lisboa?/19 Julho 2005)
Palavras certeiras 2 - Responsabilizaçao
José Calisto - Associação Para a Defesa da Qualidade de Vida na 7ª Colina (in Público: O que faria para melhorar Lisboa?/18 Julho 2005)
Palavras certeiras 1 - Desertificaçao
José Calisto - Associação Para a Defesa da Qualidade de Vida na 7ª Colina (in Público: O que faria para melhorar Lisboa?/18 Julho 2005)
segunda-feira, julho 18
Porticos para que? Novo sistema de Via Verde?
Trajecto Pedonal por S. Sebastiao da Pedreira
Este trajecto surge entre outros, num "plano de pedonalização (parcial) de vias ou caminhos alternativos e paralelos às grande vias de atravessamento da cidade, procurando oferecer aos cidadãos trajectos em condições de conforto e segurança acrescidos, que possam revitalizar o património de fluxos de trânsito pedonal urbano e requalificar os espaços públicos da cidade."
Nós no Bairro Azul certamente apoiamos. Todos os lisboetas agradeceriam.
Acam - Nobrissima associaçao
Distrito: Lisboa
Tipo de situação: falta de passadeiras ou bermas para peões
Gravidade:
Data de registo: 30 de Março 2003
Comentário: Ausência de semáforos neste ponto, bem como de qualquer passadeira, o que dificulta muito a vida dos peões. Os automóveis circulam aqui a alta velocidade, resultando em choques e atropelamentos. (contribuído por Aníbal Henriques)
Foi assim que a Acam apoiou as dificuldades de atravessamento na Rua Ramalho ortigão. Muito Obrigado. Infelizmente o problema ficou apenas parcialmente resolvido: pintou-se passsadeira para os peões, mas ficou por cumprir a promessa de sinalização vertical e redução da velocidade. Já lá vão mais de dois anos ...
sexta-feira, julho 15
Melhorar Alvalade, Bairro Azul e Campo de Ourique
quinta-feira, julho 14
Bairro Azul via "satelite"
(Imagem retirada do site Lisboa Interactiva)
Nesta foto aérea podemos observar o formato do Bairro no seu todo, delimitado por três zonas verdes importantes: os Jardins do Palacete Mendonça (abertos ao público das 09h às 17h), os Jardins da Embaixada de Espanha (alguém sabe se serão visitáveis?) e Jardins da F.C.Gulbenkian.
blogger2 said...
vou saber o que se passa com os
jardins da Embaixada. Há muitos anos havia missa ao Domingo na capela da Embaixada. O Bairro Azul ia lá em peso.
Movimento "cidadania lx" em defesa do Bairro
Atentado ao Patrimonio no 191 da Av António Augusto de Aguiar?
Podemos ler no site Forum cidadania Lisboa:
"Este magnífico prédio está a ser objecto de vandalização pelo proprietário desrespeitando as regras impostas pelo processo de classificação do Bairro Azul. O caso já foi denunciado à CML, pois as obras não estavam autorizadas, mas o facto é que o portão de acesso as traseiras já foi destruído e zona das garagens já sofreu danos irreversíveis."
terça-feira, julho 12
Ate Novembro, na Ramalho Ortigao
Graças às obras no viaduto para a José Malhoa, até novembro - se os prazos forem cumpridos - disfrutamos a rua a um ritmo mais agradável e razoável, e com muito menos poluição. Vivemos um ambiente bem mais amigo das familias e das pessoas que a habitam, nela trabalham, ou por aqui passam. E não é um direito nosso? Até novembro disfrutemos pois. Eu já não saio para férias. Parto depois de o viaduto estar devidamente melhorado, para os peões que diariamente o atravessam poderem melhor saborear as vistas para o Aqueduto ( que são das melhores). Acreditam?
Até novembro, e ao rebuliço habitual.
sexta-feira, julho 1
Condicionantes ao licenciamento de obras no Bairro
“(…)em princípio, os projectos de recuperação de cada edifício deverão ser estudados caso a caso, com a imprescindível consulta do respectivo Processo de Obra, o que não impede que se refira que, em termos genéricos, e agora que o Bairro Azul se encontra “em Vias de Classificação”, não poderá haver intervenções que alterem significativamente a aparência exterior dos edifícios, nomeadamente quanto às cores adoptadas, as quais, na ausência de elementos informativos no seu Processo de Obra, deverão integrar-se em concordância com as existentes nas respectivas frentes edificadas.
Ainda no geral, os elementos que compõem os vãos, tais como, guarnições, caixilharias, guardas, persianas ou portadas não deverão ser alterados, nem na sua cor nem no seu modelo; o que também é válido quanto às escadas de serviço metálicas e às caixilharias de marquises no tardoz, devendo guiar-se a sua recuperação, também e sempre que possível, pelos elementos constantes nos respectivos Processos de Obra.
Também as áreas comuns interiores, designadamente os vestíbulos, patamares de acesso e escadas, na sua totalidade, deverão ser preservadas com a recuperação dos materiais e paramentos existentes, assim como os respectivos elementos decorativos e outros pormenores como sejam as caixas de correio, postigos, botoneiras, luminárias, portas, puxadores ou outros, os quais deverão ser recuperados e preservados o mais possível.
No que respeita aos elevadores actualmente instalados em muitos dos edifícios deste Bairro, apresentam, em grande parte, características próprias da época da respectiva edificação, e alguns são possuidores de inegáveis qualidades estéticas e referenciais, pelo que a sua alteração, substituição ou reconfiguração da envolvente aos respectivos “poços”, efectuada sem critério, ocasionará inevitavelmente alguma perda de valor estético e patrimonial (…) A aplicação das normas técnicas aprovadas (…) para imóveis classificados ou em vias de classificação, será avaliada caso a caso e adaptada às características específicas do edifício em causa (..).
Adverte-se ainda de que deverão ser retirados, sempre que possível, e que não se pode aceitar que actualmente ainda venham a ser colocados nas fachadas principais, elementos flagrantemente dissonantes tais como os condensadores de “ar condicionado”, antenas (parabólicas ou outras), painéis publicitários, cabos, tubagens, etc.
(…)
Informações sobre este assunto contactar:
Divisão de Património Cultural
Arqº João Reis
Palácio dos Coruchéus
Rua Alberto Oliveira, 1700 Lisboa
Telef. 21 792 46 03
Fax 21 795 17 99
terça-feira, maio 3
Portagem à entrada de Lisboa divide especialistas
A introdução de uma portagem à entrada dos veículos em Lisboa divide as opiniões de especialistas em transportes e urbanismo e de ambientalistas: para uns, esta não é uma medida prioritária, enquanto outros acreditam ser «inevitável».
Em Estocolmo, a aplicação de uma portagem electrónica, desenvolvida pela empresa de material informático IBM, causou no primeiro mês de funcionamento do sistema uma redução de cem mil viaturas, um quarto do total de veículos a circular nas zonas com mais tráfego da capital sueca.
A medida resultou ainda num aumento de 40.000 passageiros diários dos transportes públicos e uma «redução significativa do congestionamento de tráfego nas horas de ponta».
«Lisboa, à semelhança de outras grandes cidades, sofre de congestionamento rodoviário. A escolha da periferia como local privilegiado para se viver, depois de a capital ter perdido 300 mil habitantes nos últimos 20 anos, implica um aumento do volume de tráfego, já que a maioria dos empregos está na cidade», um crescimento que não foi acompanhado pelo sistema de transportes públicos, descreveu à Lusa Estela Viegas, da IBM Portugal.
A possibilidade de instalar um sistema semelhante em Lisboa divide as opiniões de responsáveis da área dos transportes e do ambiente e de movimentos de cidadãos.
Para o especialista em urbanismo e docente no Instituto Superior Técnico (IST) Fernando Nunes da Silva, as portagens seriam «facilmente aplicáveis» na cidade, nomeadamente na área entre a Baixa e o Campo Pequeno, abrangendo as Avenidas Novas, a «zona mais congestionada e que levanta mais problemas à gestão da mobilidade».
«Não se consegue diminuir o transporte individual sem uma forte \'penalização\' à entrada que introduza uma racionalidade na sua utilização», fazendo o condutor pensar se «vale a pena» levar o carro para determinada zona, quando sabe que terá de pagar essa entrada.
Na opinião de Nunes da Silva, a adopção desta medida não será possível, no entanto, sem «uma política para diminuir a utilização abusiva do transporte individual», como uma maior restrição ao estacionamento nesta zona da cidade.
O especialista defende ainda uma nova programação da oferta da Carris, «mais complementar ao Metro», a construção de parques dissuasores em «zonas disponíveis na cidade e junto a estações de metropolitano ou áreas bem servidas por autocarros e comboios» e a alteração dos transportes a nível da Área Metropolitana de Lisboa.
Carlos Moura, do núcleo de Lisboa da associação ambientalista Quercus, acredita que a utilização de uma portagem electrónica na capital é «uma medida inevitável, que terá mesmo de funcionar dentro de anos», considerando que permitiria «reduzir o trânsito dentro da cidade e diminuir a poluição sonora e do ar».
Para o ambientalista, uma medida deste tipo terá de ser complementada com o reforço dos transportes públicos.
Também Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), disse à Lusa ser «favorável» à criação de «limites à entrada na cidade».
O responsável frisou, no entanto, que as medidas para controlar o trânsito não passam apenas pela instalação de portagens nem entradas condicionadas, mas também pela «necessidade de repensar as cidades».
«É preciso coragem política para definir uma política de mobilidade. Os técnicos devem cumprir o que o político quer, mas em Lisboa tem acontecido sempre o contrário», criticou.
Já o movimento de cidadãos Fórum Cidadania Lisboa mostra-se céptica em relação a esta iniciativa.
«Enquanto medida isolada, seria apenas mais um meio para lançar mão a um imposto indirecto e, como tal, mais uma fonte de receita para o Estado», considerou, em declarações à Lusa, Paulo Ferrero.
Na opinião do representante do movimento de lisboetas, os transportes colectivos «são maus, não são de fiar, não têm interfaces eficazes, nem há ligações rápidas de metro de superfície a quatro ou cinco pontos nevrálgicos à entrada de Lisboa».
«Resta saber se será necessária qualquer portagem, no caso de a Câmara de Lisboa, os municípios da Área Metropolitana e o ministério dos Transportes resolverem entender-se e realizar uma série de investimentos estruturantes, como efectivos interfaces à entrada da capital, ligações eficientes aos centros das cidades periféricas, parques de estacionamento efectivamente dissuasores e linhas de metro de superfície entre os interfaces e o centro», referiu.
«A portagem electrónica não é a melhor solução nem temos tudo preparado», acredita o especialista em transportes José Manuel Viegas, também professor no IST e responsável pelo plano de mobilidade da cidade elaborado no âmbito da revisão do Plano Director Municipal (PDM).
Uma solução mais simples é, defendeu, a instalação de uma maior diferenciação dos preços de estacionamento em Lisboa, partindo do princípio que o espaço público «é um bem escasso».
«Onde o bem é mais escasso, o preço tem de ser mais caro», nomeadamente nos locais «com saturação completa», como a Avenida da Liberdade, o Rato ou o Chiado.
Na opinião de José Manuel Viegas, «ainda não é preciso ter portagens urbanas, porque ainda podemos actuar, tarifando o veículo quando está parado e nã quando está em estacionamento».
«Há muito trabalho a fazer antes da aplicação das portagens. Esse é o fim do processo», referiu, em declarações à Lusa, a vereadora da Mobilidade da Câmara de Lisboa, Marina Ferreira (PSD).
Para a responsável, a prioridade é regular o trânsito através do estacionamento, combatendo o parqueamento em segunda fila e a reorganizando as vias para o trânsito automóvel.
«Seria completamente incongruente criar portagens sem regular o estacionamento», sublinhou a vereadora, que adiantou que «muito em breve» a autarquia lisboeta irá apresentar um «novo regulamento de estacionamento na cidade, através de sistema de Via Verde, que terá efeitos de controlo do trânsito».
A vereadora acredita que as questões da mobilidade devem implicar «um largo consenso na cidade», além de defender que os condutores devem ser sensibilizados para não andar com o carro para todo o lado.